quarta-feira, 31 de agosto de 2016

"Nosso programa"- Vilém Flusser

Durante muito tempo os dois tipos de visão, Causalística e a Finalística, conviveram e coexistiram. Essas visões são extremamente opostas, enquanto uma está ligada á uma herança mítica a outra possui uma herança científica. Logo, a visão finalística é regida pelo destino, em que tudo tem um propósito que demanda metas. Já a visão causalística é regida pela causalidade, em que todo evento que ocorre é efeito de uma determinada causa. No entanto, apesar de serem visões diferentes, elas possuem pontos em comum. Assim, ambas são empecilhos na liberdade do indivíduo e ambas trabalham na mesma linha de raciocínio: motivo-meta e causa-efeito. Entretanto, atualmente, surgiu uma nova visão: a Programática. Essa visão não admite nenhuma outra visão, absorvendo e transformando a Finalística e a Causalística. Hoje em dia, toda explicação finalística ou causal são fracassadas, pois explicam o presente pelo futuro ou pelo passado. Dessa maneira, a visão programática é comparada a visão do absurdo e caracterizada por programas que possuem combinações e arranjos diferentes. Ademais, os programas são autônomos e são regidos pelo acaso, que surgem ao longo do desenvolvimento de um programa. Diante disso, para melhor exemplificar essa situação, basta comparar a antropologia em diferentes pontos de vistas. A antropologia finalística acredita que o homem é o ser mais desenvolvido, pois está mais próximo da meta do desenvolvimento biológico. A antropologia causalística afirma que o homem é o elo da cadeia causal. Já a antropologia programática confirma que o homem é uma das permutações possíveis na genética.




Nenhum comentário:

Postar um comentário