quarta-feira, 31 de agosto de 2016

"Nosso programa"- Vilém Flusser

Durante muito tempo os dois tipos de visão, Causalística e a Finalística, conviveram e coexistiram. Essas visões são extremamente opostas, enquanto uma está ligada á uma herança mítica a outra possui uma herança científica. Logo, a visão finalística é regida pelo destino, em que tudo tem um propósito que demanda metas. Já a visão causalística é regida pela causalidade, em que todo evento que ocorre é efeito de uma determinada causa. No entanto, apesar de serem visões diferentes, elas possuem pontos em comum. Assim, ambas são empecilhos na liberdade do indivíduo e ambas trabalham na mesma linha de raciocínio: motivo-meta e causa-efeito. Entretanto, atualmente, surgiu uma nova visão: a Programática. Essa visão não admite nenhuma outra visão, absorvendo e transformando a Finalística e a Causalística. Hoje em dia, toda explicação finalística ou causal são fracassadas, pois explicam o presente pelo futuro ou pelo passado. Dessa maneira, a visão programática é comparada a visão do absurdo e caracterizada por programas que possuem combinações e arranjos diferentes. Ademais, os programas são autônomos e são regidos pelo acaso, que surgem ao longo do desenvolvimento de um programa. Diante disso, para melhor exemplificar essa situação, basta comparar a antropologia em diferentes pontos de vistas. A antropologia finalística acredita que o homem é o ser mais desenvolvido, pois está mais próximo da meta do desenvolvimento biológico. A antropologia causalística afirma que o homem é o elo da cadeia causal. Já a antropologia programática confirma que o homem é uma das permutações possíveis na genética.




segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Relação entre objetos

Ao escolher um colar e associá-lo com o meu objeto, que é um álbum de fotografias de quando eu era criança, estabeleci uma relação. Dessa forma, o colar é dourado e tem um pingente de uma santinha. Assim, ele representa e identifica a pessoa que o possui. Além disso, existe  uma história por trás dele, que traz lembranças para quem o usa. Diante disso, a relação que eu estabeleci foi de nostalgia e identificação. Logo, o álbum de fotografias com fotos do meu passado me traz um sentimento de saudade e de nostalgia da mesma forma em que representa minha história de vida, sendo um objeto de tamanha particularidade. Assim como o álbum, o colar, também, é um objeto singular, que permite identificar a pessoa e contar sobre a  sua história.

quarta-feira, 24 de agosto de 2016

ArquiteturaXRoupa

Arquitetura e roupa se relacionam, ao possuírem pontos em comum assim como ao demonstrarem diferenças entre si. Dessa maneira, há uma história por trás desses elementos tão significativos na vida do homem. A roupa começou a ser utilizada com o objetivo de proteção contra o frio e qualquer outro aspecto que poderia interferir no modo de vida dos humanos. No entanto, com o tempo as roupas passaram a agregar outros significados: tornaram-se uma forma de expressão, de caracterização da pessoa e de revelação de suas pretensões. Seguindo essa linha de raciocínio, a arquitetura, também, serviu e ainda serve para garantir proteção e conforto ao homem. Além disso, ela demanda muita criatividade do mesmo modo em que a roupa está diretamente relacionada com o ato de criação e inovação. Contudo, a moda é dinâmica e está sempre em rotatividade. Logo, uma roupa pode perder valor em meses ou até mesmo semanas. Entretanto, o mesmo não ocorre com a arquitetura. Assim, uma mesma obra pode ser apreciada durante anos, décadas ou séculos. Uma outra grande diferença entre esses dois elementos é que a roupa é bastante singular, ela representa a individualidade do homem e serve para identificar uma pessoa. Uma obra arquitetônica, todavia, não é necessariamente individual. Dessa forma, ela pode representar um grupo, por exemplo uma família.






sábado, 20 de agosto de 2016

Parágrafo - "Design: obstáculo para remoção de obstáculos?'

O texto "Design: obstáculo para remoção de obstáculos?' de Vilém Flusser diz a respeito ao processo de criação dos objetos pelos designers. Nesse sentido, os objetos de uso servem para afastar outros objetos do caminho. A partir do momento em que os obstáculos no meio do caminho são vencidos, eles são transformados em objetos de uso. Dessa forma, eles são indispensáveis para o progresso. Além disso, hoje, vivemos em um mundo muito objetivo e problemático. Em adição, muitas vezes, no processo de criação, não há liberdade de produção. Logo, os objetos são construídos pensando mais em sua utilidade, do que no seu design. Assim, o progresso científico e técnico tornam-se mais atrativos do que qualquer ato criativo. Ademais, deve-se pensar no fato de que os objetos de uso são jogados fora quando perdem sua finalidade. Os objetos de uso imateriais, também, vão para o lixo. Com isso, esses dejetos começam a obstruir nossos caminhos, surgindo, novamente, a questão da liberdade e responsabilidade. Portanto, deve-se criar a consciência de que o processo de criação precisa ser mais responsável e deve haver mais liberdade de produção.

"Animação Cultural" - FLUSSER, Vilém

O texto "Animação Cultural" de Vilém Flusser, questiona a atuação dos objetos no contexto atual. Dessa forma, por meio da personificação de uma mesa redonda, é abordada a relação dos objetos com os seres humanos. Segundo a narrativa, desde muito tempo, ocorre uma repressão sobre os objetos por parte da humanidade, que se julga superior. Para os humanos eles são vistos de forma objetiva sem animalidade. No entanto, nos últimos séculos, o homem começou a criar uma certa dependência em relação aos objetos e tornou-se difícil progredir sem eles. Isso se deve, principalmente, após o século XIX, em que começamos a depender muito das máquinas. Desse modo, começou a surgir uma discussão em torno da verdadeira finalidade dos objetos. Diante disso, no final do texto é concluído que essa função é de animar a humanidade para que ela funcione em função deles. Portanto, ocorreu uma inversão hierárquica e a "Animação Cultural" passa a ser o principal objetivo dos objetos.